SÁBADO, 22 DE OUTUBRO
DE 2011
O Dia do Senhor -
Sábado ou Domingo?
Algumas mudanças aconteceram no
início da fase da igreja cristã, no século primeiro (NT), e entre elas foi a
mudança da guarda do sábado para o Dia do Senhor. Não podemos esquecer que o
culto a Deus prestado publicamente pelo seu povo, sempre foi o mesmo, quer no
AT, quer no NT. Deus sempre teve um povo por Ele chamado e convocado para
adorá-lo publicamente, proclamar as suas virtudes, declarar ao mundo a
confiança e a fé nEle, culto ou reunião que Ele era servido espiritualmente
através de vários exercícios (orações, cânticos, louvores, leitura da Sua
palavra, instrução ao povo, tanto no antigo testamento como no novo, o culto
foi e é essencialmente o mesmo. É um encontro com Deus redentor, o criador de
todas as coisas, o Deus a quem nós nos submetemos.
O que garante essa identidade do culto do antigo com o novo
testamento é a aliança que Deus fez com seu povo. É a mesma aliança que foi
feita com Abrãao, Isaac e Jacó, e que nós temos a aliança ratificada em Cristo
Jesus. Mesmo povo, mesma aliança, mesmo culto, mesmo caminho de salvação. No
antigo testamento as pessoas eram salvas exatamente como nós somos hoje, pela
fé no Messias que havia de vir, e hoje nós somos salvos pela fé no Messias que
veio. Em ambos os casos, tanto eles como nós, é pela fé e pela graça, nunca foi
por obras, nunca foi pela lei, sempre foi da mesma maneira. A igreja cristã é a
continuação espiritual do Israel de Deus. Nessa unidade existe uma diversidade,
ou seja, no antigo testamento, antes da vinda de Cristo, esse culto era feito
de maneira diferente, pois nele continha determinados elementos, determinadas
formas, e algumas manifestações particularmente externas, que eram diferentes
porque elas eram típicas, eram sombras, eram figuras das realidades que
haveriam de vir. É por isso que no antigo testamento havia um culto mais
elaborado, um lugar fixo de adoração, havia todo um sistema de sacrifício,
havia uma classe de homens, uma elite espiritual chamado de Sacerdotes
juntamente com os Levitas para ajudá-los, que ministravam constantemente no
templo, as regulamentações referentes as orações, as ofertas foram feitas de
maneira minuciosa, e tudo aquilo era típico, era simbólico, todas estas coisas
apontavam para Cristo. No antigo testamento você tem a sombra, tem a figura,
tem o tipo, apontando para o Senhor Jesus, e nós vivemos no período em que Ele
já veio que portanto, completou, cumpriu, terminou estes aspectos do culto no
antigo testamento.

19 Disse-lhe
a mulher: Senhor, vejo que és profeta. 20 Nossos pais
adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve
adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem,
em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós
adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos
judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai
procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4:19-24)
O texto acima, narra o encontro de Jesus com a mulher
samaritana, e no meio da conversa é levantada a questão do culto. A mulher
sendo uma samaritana, ela adorava a Deus juntamente com os samaritanos no
templo que havia no monte Gerezim. E aquele templo foi edificado contra as
ordens de Deus, um sacerdócio que era ilegal foi também constituído, isso foi
depois que Israel foi levado pro cativeiro, e os babilônicos como tática de
guerra trouxeram sua gente para morar em Israel que já estava deserta, fazendo
uma espécie de sincretismo, trouxeram seus deuses, misturaram sua religião com
a de Israel, e dessa mistura de babilônicos com israelitas, nasceu essa raça
mista “samaritanos”, que também tinha um culto misto, um culto eclético, tinham
suas próprias escrituras, rejeitavam uma parte do Pentateuco, tinha sua própria
ordem sacerdotal, e por isso que os judeus não se davam com os samaritanos, e
no encontro de Jesus com essa mulher, naturalmente a questão do culto veio a
tona, porque os samaritanos diziam que deles eram o verdadeiro culto a Deus, já
os judeus disseram que não, eles é que tinham recebido a verdadeira revelação.
A questão toda começa quando a samaritana pergunta a Jesus
(vers. 20), onde se deve adorar a Deus, e Jesus deu uma resposta surpreendente
até para os judeus (vers. 21-22), onde Ele deslocaliza, dizendo que não haverá
mais local santo, não haverá mais um local único, destacado, exclusivo para o
culto a Deus, nem lá em Samaria, nem lá em Jerusalém. Quando meche o templo,
meche no dia, porque a reunião maior deles era nos sábados no templo, meche na
ordem dos sacerdotes, meche no processo dos sacrifícios, então aqui está a
profecia de Jesus de que uma mudança radical estaria para acontecer no culto
que era prestado a Deus. Jesus diz (vers. 23) que já chegou a hora em que os
verdadeiros adoradores adorarão a Deus em espírito e em verdade. Jesus introduz
o conceito de que uma mudança profunda estaria para acontecer no culto prestado
a Deus. Estas mudanças de fato vieram a acontecer, onde destacarei algumas
delas, que foram efetivadas por Cristo e pelos apóstolos:

É um erro grande quando nos reunimos no templo, e
identificamos essa construção como sendo o templo do antigo testamento,
chamamos púlpito de altar, chamamos cantores de levitas, chamamos pastores de
sacerdotes, queremos reativar uma coisa que Cristo aboliu, e estas coisas eram
partes do culto do antigo testamento, coisas simbólicas, que apontavam para
Jesus, a nossa união mística com Ele, e agora a igreja não está presa a local
nenhum.




Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por
natureza não são deuses.Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo
conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres,
aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco (Gl 4:8-11). Paulo diz que isso são coisas antigas, estão voltando à
escravidão, que fazia parte do tipo de culto da antiga aliança, não é mais da
nossa época. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou
por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
que são sombras das coisas futuras,
mas o corpo é de Cristo (Cl 2:16-17).

Ora, quanto ao que está enfermo na fé,
recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode
comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não
come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé
ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia,
mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja
inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o
Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come,
para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor
não come, e dá graças a Deus (Rm 14:1-6).
Paulo diz aos cristãos judeus que estavam insistindo ainda em guardar o
calendário judaico, e chama-os de débil na fé. Tem que ser respeitados, mas são
débeis ou fracos na fé! Ficando claro no novo testamento que embora os cristãos
tenham abolido o calendário judaico, particularmente o sábado como dia do
Senhor específico. Há sinais claros na bíblia de que eles passaram a considerar
o dia da ressurreição de Cristo como sendo o dia em que caracterizava para os
cristãos o Dia do Senhor, dia em que eles se reuniam para cultuar a Deus. O dia
em que Cristo ressuscitou passou a ser para os cristãos, aquilo que o sábado
era para os Judeus, embora não observar aquela rigidez com determinações dos
judeus fariseus, abusando da lei do quarto mandamento.
Era natural que isso acontecesse, porque para os primeiros
cristãos, a lei moral de Deus não foi abolida por Jesus, na verdade, continua
tendo o propósito que sempre teve, mostrar Santidade de Deus, mostrar o Seu
caráter, e dizer de que maneira nós podemos agradar a Deus.

E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para
partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e
prolongou a prática até à meia-noite (At 20:7). Reuniram-se no primeiro dia para partir o “pão”, e a essa
altura, as igrejas cristãs já se reuniam no domingo com o objetivo de celebrar
a ceia, não tem nada no novo testamento dizendo que os cristãos continuaram a
reunir-se no sábado. Outra evidência foi quando Paulo disse: No
primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,
conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu
chegar (1Co 16:2).
E para finalizar, quando João estava na ilha de Pátmos, teve a revelação no Dia do Senhor (é utilizada apenas uma vez no novo testamento e exatamente em Ap 1:10), em grego kuriakos (Kυριακη) que significa "que pertence ao SENHOR". Kuriakios, esse termo não foi inventado por João, pois foi tirado do vocabulário da sua época. Originalmente, esta palavra era usada com o sentido imperial, como algo que pertencia ao César romano. Kyriakos é uma forma adjetivada da palavra KurioV (Kýrios – Senhor) e significa literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao Senhor”; “pertencente ao Senhor”; “senhorial”, ou “dominical”, e não “do Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções. Os cristãos consideravam como Senhor, não César o imperador, mas Jesus, e utilizaram essa expressão para se referir o dia da ressurreição dEle. Kuriakios, o Dia em que o Senhor ressuscitou (termo utilizado também em 1Co 11:20). Então, quando Apocalipse é escrito o “domingo”, dia do Senhor já era um termo técnico teológico, para se referir ao domingo, e não ao sábado, porque os cristãos mui naturalmente com todas estas mudanças, passaram a celebrar o culto público a Deus no domingo, dia da ressurreição, dia do Senhor, dia em que introduz a nossa redenção, a nossa salvação, prenúncio da nova era, descanso eterno.
E para finalizar, quando João estava na ilha de Pátmos, teve a revelação no Dia do Senhor (é utilizada apenas uma vez no novo testamento e exatamente em Ap 1:10), em grego kuriakos (Kυριακη) que significa "que pertence ao SENHOR". Kuriakios, esse termo não foi inventado por João, pois foi tirado do vocabulário da sua época. Originalmente, esta palavra era usada com o sentido imperial, como algo que pertencia ao César romano. Kyriakos é uma forma adjetivada da palavra KurioV (Kýrios – Senhor) e significa literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao Senhor”; “pertencente ao Senhor”; “senhorial”, ou “dominical”, e não “do Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções. Os cristãos consideravam como Senhor, não César o imperador, mas Jesus, e utilizaram essa expressão para se referir o dia da ressurreição dEle. Kuriakios, o Dia em que o Senhor ressuscitou (termo utilizado também em 1Co 11:20). Então, quando Apocalipse é escrito o “domingo”, dia do Senhor já era um termo técnico teológico, para se referir ao domingo, e não ao sábado, porque os cristãos mui naturalmente com todas estas mudanças, passaram a celebrar o culto público a Deus no domingo, dia da ressurreição, dia do Senhor, dia em que introduz a nossa redenção, a nossa salvação, prenúncio da nova era, descanso eterno.
Usai o domingo como o Dia do Senhor, pois tem raízes
profundamente bíblicas, as sombras já se foram, o corpo já veio e o vemos em
plena luz, e na ressurreição terminou com templos, sacrifícios, sacerdócios, a
lei cerimonial, e nos introduz ao culto espiritual de livre acesso a Deus, pela
Sua mediação, onde todos nós podemos ministrar e servir ao Senhor.
Este é
o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. (Sl 118.24)
Que neste Dia, possamos aproveitá-lo, e desfrutar de toda
Sua plenitude, por amor do Teu nome. Bendito seja o nome do Senhor Jesus
Cristo!
Neryvan Felipe
Sermão extraído de um áudio do Rev. Augustus Nicodemus - O
Dia do Senhor
Site referência ~
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